quinta-feira, outubro 30, 2003

My inner child is sixteen years old today

My inner child is sixteen years old!


Life's not fair! It's never been fair, but while
adults might just accept that, I know
something's gotta change. And it's gonna
change, just as soon as I become an adult and
get some power of my own.


How Old is Your Inner Child?
brought to you by Quizilla

Você estava dormindo e eu não quis te acordar. Chove lá fora e mesmo assim, eu abro a porta e saio, deixando a chuva me molhar. A água escorre dos esgotos, eu desvio das poças de lama, atravesso a rua sem olhar e quase sou atropelada por um carro. Páro debaixo da marquise para fumar um cigarro. O primeiro, depois de dois anos. Eu não deveria, eu sei que ele vai sentir o cheiro nas minhas roupas. Mas eu não me importo, hoje eu sou livre.
Está havendo um problema com os comentários. Alguém pode me ajudar?
What's wrong with the comments? I need help. Vamos tentar outro sistema de comentários...

terça-feira, outubro 28, 2003

Hoje tenho revisão no oculista. Lentes de contato foram uma grande invenção do homem. Uso óculos desde os 9 anos, sou uma míope tipo Mr. Magoo. Uso lentes desde os 17 e não dispenso. Não gosto de usar óculos de grau porque meus olhos ficam detrás de umas lentes grossas que me deixam com cara de nerd. Mas adoro óculos escuros, se pudesse teria um para cada dia da semana. Aliás, é uma necessidade visto que sou sensível à claridade...
Recebi via e-mail:
"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás prá frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado prá fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante para poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando... E termina tudo com um ótimo orgasmo!!! Não seria perfeito?" Charles Chaplin

segunda-feira, outubro 27, 2003

Lloyd Cole lançou um novo álbum chamado "Music in A Foreign Language" e uma das canções chamada "Brazil", começa assim: " I heard they have the good drugs in Brazil/ Maybe I´ll take some, maybe I'll feel better if I do it in Brazil..." Apesar do inequívoco da letra, gostei de saber que ele continua na ativa. Tenho todos os seus cds e até já assisti um show dele. A crítica fala que as canções são simples, mas Lloyd Cole ainda está em forma. Também encontrei uma matéria sobre ele na revistaB*Scene. Vale a pena dar uma conferida.
O que você está fazendo que ainda não deixou nenhum comentário? E o meu fotolog, já deu uma olhada nas minhas fotos?o link é esse aqui: Fotolog/seaisla
Ontem vi esse filme aqui:The Quiet American. Muito bom. Gosto de filmes assim, que combina elementos como romance, suspense e uma estória sólida com boas performances dos atores. Michael Caine concorreu ao Oscar pelo papel do jornalista inglês que cobrindo a guerra da Indochina, se apaixona por uma jovem vietnamita e não está disposto a abrir mão desse amor. Mesmo quando Brandon Fraser entra em cena, para disputar o amor da jovem Phuong. De pano de fundo, a guerra entre Franceses, Comunistas e o início do envolvimento dos Estados Unidos.

domingo, outubro 26, 2003

"Eu tenho. Você não. Você se dá conta da diferença marcante, que mesmo assim lhe soa estranhamente familiar. Você me arremeda. Seu ouvido recorda os ecos de uma personagem caricatural, ou repete o maneirismo da conversa de seus serviçais, ou reage ao incômodo do bate-papo entre garçons e cozinheiros de um restaurante." Dr. Pinto, que é Nordestino, não gosta de ser chamado de 'nortista' e na sua coluna, fala sobre sotaques e preconceitos. "A distância do lugar onde nasci e cresci me alteraram a maneira de falar, que de resto havia sido inapelavelmente mexida no que cruzei o Brasil de cima a baixo e além. Como resultado, chio alguns esses finais, palatalizo alguns ditongos." Ótimo texto, leiam aqui: Tiques e sotaques. Me identifiquei completamente. E ainda tem o texto da Maria Helena Nóvoa: "Os problemas sempre começam com o meu tédio. Não é um tédio existencial, longe disso, a existência não me angustia, nem a minha nem a alheia, não acordo perguntando para o espelho por que existe o ser e não o nada e não sofro de náusea. É mais o cansaço da reprise, a eterna sensação de dejá vu..."

sábado, outubro 25, 2003

Hoje, mensagem do Blogger.br:
Serviço em manutenção. Desculpe o transtorno. Estamos trabalhando para melhorar nossos serviços para você.
Você acredita nisso? Nem eu. Também tenho a sorte de receber essa outra mensagem: Sua Sessão Expirou! Antes mesmo de entrar na página de edição dos posts. Bom, mas isso já se tornou lugar comum, eles não conseguem dar conta dos milhares de usuários e o serviço está uma porcaria. Então,hoje, aniversário de meu Blog Obsessions , não posso postar nem mesmo uma imagem.
Hoje também é o aniversário da minha querida e única irmã que mora na Alemanha e à essa hora já deve ter tomado todas. Cheers, sister!

sexta-feira, outubro 24, 2003

"Depressão light é fazer uma longa e tediosa viagem através do próprio umbigo.
Depressão heavy é fazer uma longa e tenebrosa viagem através do próprio umbigo." Assim falou Marina W.
Blowg.
Psicografia
Ana Cristina César
Também eu saio à revelia
e procuro uma síntese nas demoras
cato obsessões com fria têmpera e digo
do coração: não soube e digo
da palavra: não digo (não posso ainda acreditar
na vida) e demito o verso como quem acena
e vivo como quem despede a raiva de ter visto.

Carta de despedida
eu me tenha iludido! eu me tenha iludido! a repetição é fundamental, meu caro. a repetição é fundamental, mas eu me sinto um pouco assim assim, vamos embora, vamos dizer que tudo não passa, vamos dizer que medéia te espera: medéia tem um aspecto mais moderno do que se podia imaginar. ando tal como um hamster, corro pra lá e pra cá qual exatamente um hamster (e não um hamster ferido). chega um ponto. eu sinto falta. digamos que é hora de começar a escrever ''as memórias''. imaginárias memórias boreais. tudo tão antigamente sugestivo. imaginá-las auroras. munir-se de exemplos. contando-as criticamente. este projeto me atrai. o que é a metafísica? eu sinto que me desgarro, me des-garra rútila no portal.
eu tenha me iludido!
espero qualquer chegada com uma frase: eu tenha me iludido.
acho que vou me suicidar.
**** E assim o fez, em 29 de outubro de 1983, correu e se atirou do sétimo andar da casa de seus pais, em Copacabana. *** Por quê?
Tempo - Alexandre Inagaki
aos meus avós

Ponteiros são nada;
tempo não se ata a números.
Tempo é bicho sem Deus,
livre, deliciosamente livre.
Tudo é a sua morada.

Tempo cura tudo,
tempo não tem cura.
Sem como nem porquê
tempo vai passando.
Tempo, até quando?

Tempo é o verde do broto,
tempo é o verde do mofo.
Tempo é aprendizado e esquecimento.
Tempo é menarca e menopausa.
Tempo é menos.

Tempo é o sangue cicatrizado na pele.
Tempo é a dor de um parto.
Tempo é um filme cujos atores morreram.
Tempo é computador ultrapassado.
Tempo é a chuva e o rosto em silêncio.

Tempo é carro preso no engarrafamento.
Tempo é o pó na fotografia dos pais.
Tempo é a fúria de dois corpos na cama.
Tempo é o som das folhas libertando-se do galho.
Tempo, serpente afirmadora da vida.

Tempo passa passa tempo,
passa rápido passa lento.
Sem trilhos, corre como trem.
Sem asas, voa feito avião.
Sem pena, vai.

Tempo é aceitação.
Por onde começar, esse tem sido o grande dilema nesses dias. Parece que estou forçando a barra, insistindo no erro. Todos os dias tento escrever algo que preste, mas cadê a inspiração? Inspirations have I none?
Estou com um pouco de ressaca. Ontem saímos com uns amigos para tomar uns chopes e comer pizza. Só assim mesmo, pois com J. fazendo esse MBA no Rio todo sábado, fica díficil manter uma vida social. O mais extraordinário foi que quando a conta chegou, ele pagou tudo sozinho! Não sei o que deu no Mr. Hyde.
**Ouvindo Dashboard Confessional:
Try to understand there's an old mistake that fools will make
And I'm the king of them, pushing everything that's good away
Wont you hold me now (I will not bend I will not break) Bend And Not Break

quarta-feira, outubro 22, 2003

Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser e de viver reclamando da vida, com tanta gente vivendo numa situação de miséria e vivendo dramas pessoais mil vezes piores que os meus pequenos problemas... eu deveria dar um basta agora. Nessa bobagem de insistir em escrever.
Embotada. Bloqueada. Deu um branco. Levanto, olho a rua da janela. Parece que vai chover. Está abafado, não? E o céu está tão cinza... Ouvindo o cd da Dido que gravei para minha irmã. Life for Rent. É leve, é pop, ela tem uma voz boa. A crítica disse que estava bem parecido com o cd anterior, No Angel.
"If you're feeling low and lost today
You're probably doing too much again
You spend all your hours just rushing around
Do you have a little time
Do you have a little time for me?
Slow down my love you're confusing me
If you're feeling stressed just try calling
You spend your time waiting for anyone to see
Do you have a little time
Do you have a little time for me?"

terça-feira, outubro 21, 2003

A Rush Of Blood To The Head
Coldplay
You said I'm gonna buy this place and burn it down
I'm gonna put it six feet underground
I'm gonna buy this place and watch it fall
Stand here beside me baby in the crumbling walls
Oh I'm gonna buy this place and start a fire
Stand here until I fill all your hearts desire
Because I'm gonna buy this place and see it burn
And do back the things it did to you in return
You said I'm gonna buy a gun and start a war
If you can tell me something worth fighting for
Oh and I'm gonna buy this place is what I said
Blame it upon a rush of blood to the head
Honey, all the movements you're starting to make
See me crumble and fall on my face
And I know the mistakes that I've made
See it all disappear without a trace
And they call as they beckon you on
They say start as you need to go on
Start as you need to go on
Said I'm gonna buy this place and see it go
Stand here beside me baby, watch the orange glow
Some'll laugh and some just sit and cry
You just sit down there and you wonder why
So I'm gonna buy a gun and start a war
If you can tell me something worth fighting for
I'm gonna buy this place is what I said
Blame it upon a rush of blood to the head
Oh to the head
So meet me by the bridge
Meet me by the lane
When am I gonna see that pretty face again
Oh meet me on the road
Meet me where I said
Blame it all upon a rush of blood to the head

sexta-feira, outubro 17, 2003

Next Stop, Wonderland wants to be a quirky romantic comedy, but it doesn't quite succeed. The characters are familiar: a pair of young, attractive adults trying to find themselves and their perfect mate amidst the chaos of the modern world. The unconventional aspect of the movie is that the leads don't actually connect until the end (Sleepless in Seattle, which will be mentioned in almost every review of Next Stop, Wonderland, did this better), which makes the entire film seem like a two-hour tease. When it comes to romantic movies, the audience wants to see what happens after a couple gets together. Everything that occurs beforehand is background information. Consequently, there are times when, as diverting as it can be, Next Stop, Wonderland feels like a lengthy prologue to an as-yet unmade film.
http://movie-reviews.colossus.net/movies/n/next.html
Excerpt #7
"Deixo a luz acesa no corredor. Entro no quarto.
Posso distinguir seus cabelos no meio dos cobertores e travesseiros. Fico parado, olhando para você.
Gostaria que fosse uma outra pessoa.
É demais querer uma intimidade terna e completa? É demais querer dormir nos braços de alguém?"
"... mas perdi o gosto pela vida. Sinto-me apático e a maior parte do tempo não quero nada, exceto entender por que não sou mais feliz aqui. Será que é assim com todo mundo? Isso é tudo o que a gente pode ter? O máximo que se pode esperar?
De manhã, terei ido embora.
O responsável por isso foi meu anseio por mais vida, pois somos criaturas ansiosas, uma sequência insistente de quereres..."

quinta-feira, outubro 16, 2003

Excerpt #6
"Lamentarei ter deixado para trás este quarto. Nunca me ensinaram a arte da solidão, tive de aprendê-la sozinho. Ela se tornou tão necessária quanto os Beatles, tanto quanto beijos na nuca e carinho. Aqui posso seguir o rumo dos meus pensamentos, enquanto leio, escrevo, danço, penso no passado e perco tempo. Aqui examinei minhas intuições mais sutis, deixei-me tomar por idéias obscuras mas urgentes. Estou falando dos prazeres de não falar, fazer ou querer, de se perder."
"...Além disso, ando mais propenso a ouvir The Jam do que ler Sartre, Camus, Ionesco, Beckett e outros poetas da solidão e angústia que tanto me consolavam na juventude. Provavelmente faz parte da condição humana estar em última análise isolado e morrer só. Mas esta noite, aqui parado, queria tanto estabelecer algum tipo de contato que seria capaz de quebrar o vidro da janela quando fosse estender a mão."
"...às cegas, num mundo louco, no meio de estranhos." Samuel Beckett.
"Somos Murphy, Molloy, Moran, Mercier, Macmann, Mahood, Malone, nomes de personagens de Beckett, todos começando, misteriosamente, com a letra 'M', de mistério (M de man ou de moi?). Beckett é o poeta da solidão e da incomunicabilidade. Beckett é um virtuose de vazios. Só um mestre dos vazios da linguagem poderia falar tão bem do vazio (ou dos vazios?) da existência." Paulo Leminski no posfácio de "Malone Morre".
Eu estava postando no meu blog oficial quando o maldito Blogger me deixou na mão. Deu tempo de publicar o post mas não de terminar o raciocínio e quando vejo, duas pessoas já tinham comentado. A Claúdia, do Afrodite e o Hazel do Chick-peituda. Quais as chances disso acontecer num dia normal?
Ontem à  noite não estava conseguindo dormir e resolvi ficar desenhando. Rostos. Sempre fui fascinada em desenhar fisionomias. Corpos são dificeis de desenhar. Queria saber qual o método do Pixelman. Peguei alguns livros de arte que temos aqui e fiquei olhando as obras dos mestres. Magritte, Matisse, Modigliani, Picasso, Dali, Van Gogh... eu deveria ter estudado Artes. E fotografia, cinema, música... Você tem fome de que? Fome de viver. Fome de arte.

quarta-feira, outubro 15, 2003

"Entrar num blog é entrar na casa da pessoa. Ela está ali, falando, desabafando... e você vai entrar sem dizer nada? A pessoa está ali partilhando um pouco da sua vida. Nada melhor que um comentário sincero e amigo. É lógico que a gente chega de mansinho... Chegamos sabendo muito pouco sobre o blogueiro. Com o tempo, depois de algumas visitas, vamos conhecendo as pessoas ainda melhor, respeitando as diferenças e fazendo amizades. É a amizade o ponto onde queria chegar.
É preciso muito mais que comentar; é preciso conviver, respeitar as diferenças, ser humilde, partilhar...Ninguém sabe tudo, e é através dessa troca de experiência que nos tornamos cada vez melhores. A vida é como um espelho... E tudo isso, certamente refletirá de volta..." :: Publicado Por mariah1979:: no Jornal do Blogueiro.
"But if my life is for rent and I don't learn to buy
Well I deserve nothing more than I get
Cos nothing I have is truly mine

While my heart is a shield and I won't let it down
While I am so afraid to fail so I won't even try
Well how can I say I'm alive
If my life is for rent..." Dido

Hell, if that doesn't describe exactly what I feel, then I'm cursed.
Excerpt #5
"Como lição de casa, quando éramos crianças, às vezes tínhamos de fazer uma redação do tipo 'O que eu fiz hoje'. Agora, sinto vontade de preparar uma lista: as coisas que eu não fiz hoje. As coisas que não fiz na vida.
Penso nas pessoas que conheço e tento imaginar quais delas sabem viver bem. Se viver é um arte, é um arte estranha, uma arte de tudo, e particularmente do prazer, da animação. Em sua forma mais desenvolvida envolve uma série de qualidades: inteligência, charme, boa sorte, virtude espontânea, assim como sabedoria, bom gosto, conhecimento, compreensão e o reconhecimento de que a angústia e o conflito fazem parte da vida."
Intimacy by Hanif Kureishi
As coisas que não fiz na vida:
Começando pelas óbvias, nunca plantei uma árvore e nem escrevi um livro, mas já fiz alguma tentativas, rascunhos...
Nunca cantei num karaokê, nunca aprendi a tocar nenhum instrumento musical apesar de amar música.
Nunca pintei uma tela mas ultimamente sinto-me fortemente inclinada à fazê-lo.
Nunca viajei sozinha para um outro país.
Nunca fiz amor na praia.
Não consigo pensar em mais nada, no momento.
"Home and away
Life goes on the same, bury the pain
And hold on to love
Heal the song, sing along
But what does it change

Oh this life is so confusing
Feels like I'm always losing..." Somewhere Else - Travis

terça-feira, outubro 14, 2003

Ora vejam só, esse meu blog rascunho foi descoberto pelo pessoal do Jornal do Blogueiro. Justamente na minha semana de fase negra. De qualquer modo, obrigada. Realmente não esperava.
CLASSIFICADOS
Destaques semanais escolhidos por nossa equipe:Jornal do Blogueiro
13/10/2003
· Retalhos
· Dias Confusos
· Ilustre Anônimo
· Tempestade
· Sessão Nostalgia
· Porque Comigo Meu Deus do Céu?
· Florzinha de Jesus
· Eu Quero Acreditar!
· The Hours and The Days
. Me by Myself
"I wanted freedom
but I'm restricted
I tried to give you up
but I'm addicted..." (Time Is Running Out)

"...and I know the moment's near
and there's nothing you can do
look for your faith inside
are you afraid to die?

it scares the hell out of me
and the end is all I can see
and it scares the hell out of me
and the end is all I can see... (Thoughts of a Dying Atheist)
Estou viciada nesse cd do Muse - Absolution. Não páro de ouvir.

segunda-feira, outubro 13, 2003

A chuva continuava a cair lá fora e apesar da sensação de sentir-se presa, dava também um certo alívio deixar-se ficar em casa, em segurança e sem se molhar. Como se não houvesse mais nada a fazer, e por isso não se sentir culpada por não estar se divertindo.
Por fim, no domingo, o sol apareceu um pouco, pelo menos para dar vontade de sair, observar as pessoas, ver a praia, sair do isolamento. Mas ele não quis sair, disse estar cansado. Ela pensou na frase de uma mulher: "agora estou casada, não me sinto sozinha." E ela nunca se sentiu tão sozinha quanto agora, depois de sete anos de casada. Não serviam mais de companhia um para o outro. Os diálogos cada vez mais escassos, eram sobre as crianças. Sentia que devia fazer alguma coisa, participar mais da vida, se divertir e não ser apenas um mero espectador. Os domingos eram insuportávelmente claustrofóbicos, como uma prisão domiciliar. A tv ligada, os jornais espalhados na sala junto comos brinquedos, a louça suja na cozinha, o cheiro nauseabundo do lixo acumulado, o chão e as paredes escuras de poeira e fritura. Queria não ter que se preocupar com isso, fugir para um lugar em que tomassem providências por ela. Sentia-se letárgica, onipotente, entediada e zangada com ele, com a vida que levavam. Ela ansiava por respostas e ele não lhe dava nenhuma, apenas mais indagações, mais motivos para se sentir mal.
" A Gente assimila os sentimentos dos outros. Minha mãe queria cair fora. Mas ela ficava; tinha de ficar, para sempre. As mulheres de sua época não tinham dinheiro nem lugar para ir. Mas tinham tvs e geladeiras, afinal de contas." Do livro Intimidade de Hanif Kureishi.
Não esqueça do computador.
Excerpt #4
"Na universidade, dividia um partamento com um amigo, rapaz inteligente e bonito, que passava dias à mesa, tendo apenas um maço de cigarro como distração. Sem quere nada, ele esperava. Não sei se era depressão, indiferença ou estoicismo. acho que algum dia ficarei sabendo que ele se matou. A capacidade de suportar as próprias idéias, esperar enqaunto a tempestade de pensamentos intoleráveis se dissipa dentro da mente, permitindo que os destroços sejam contemplados com certo discernimento - eis um estado de espírito invejável."
"O que me intriga, mais do que qualquer outra coisa? O fato de por tanto tempo, pelos últimos 10 anos, ter lutado contra as mesmas questões e obsessões, com as mesmas respostas boçais e inúteis, sem que isso me faça nem um pouco mais sábio, sem nenhum alívio da necessidade de saber, como um rato numa roda. Como posso ir além disso? Devo fazer alguma coisa. Mas, o quê?"

sábado, outubro 11, 2003

"Trouble with people like me, Tie 'em down and then they vanish instantly
Let this one fly...
Its really no problem, you see, When the sky ignites and your days crash quietly, Let this one fly..."
Lost on yer merry way- (Grandaddy) Jason Lytle
Excerpt 3
"Talvez deva me impressionar com o fato de não me apegar às coisas, de estar solto e livre o bastante para cair fora. Mas sou livre para quê? Indubitavelmente, a liberdade definitiva é escolher, recusar a liberdade em prol das obrigações que nos unem à vida - envolver-se."
"Essa noite a emoção predominante é o medo do futuro. Pelo menos, pode-se dizer, é melhor temer algo do que se aborrecer com isso, e a vida sem amor não passa de um longo tédio. Sou medroso, não cínico. Tento ser resoluto. Pretendo definir o que amo na vida e nas outras pessoas. Caso contrário tornararei o futuro uma terra desolada, eliminando as possibilidades antes que possam brotar. É fácil se matar sem morrer. Infelizmente, para chegar ao futuro a gente tem de sobreviver ao presente."
Excerpt #2:
"Balanço a cabeça e sorrio. Será que ela vê alguma diferença em meu rosto hoje? Revelei minhas intenções? Acho que pareço cansado. Normalmente, antes de encontrá-la ensaio dois ou três assuntos prováveis, como se nossas conversas fossem chamadas orais. Sabe, ela me acusa de não ser capaz de dialogar. Se ao menos soubesse o quanto gaguejo por dentro. Hoje estive cansado demais para ensaiar. A tarde foi particularmente difícil. O silêncio, como a escuridão, pode ser aconchegante; também é uma linguagem. Casais têm bons motivos para não conversar."
Hanif Kureishi - Intimidade
Parte 1 de trechos selecionados.
"Tento me convencer que abandonar uma pessoa não é a pior coisa que se pode fazer com alguém. Talvez seja melancólico, mas não precisa ser trágico. Se a gente nunca deixa para trás nada nem ninguém, não sobra lugar para o novo. Naturalmente, avançar é uma infidelidade - para com os outros,o passado, asa ntigas idéias que cada um faz de si. Quem sabe se cada dia não devesse conter pelo menos uma infidelidade essencial ou uma traição necessária. Seria uma atitude otimista, esperançosa, que garantiria acrença no futuro - uma declaração de que as coisas poderiam ser melhores, e não apenas diferentes."

sexta-feira, outubro 10, 2003

Por que My Chronicles? Obsessions? Por que em inglês? Sei lá, não tem nada a ver com querer ser esnobe ou demonstrar algum conhecimento. Apenas, seemed right. Algumas vezes a língua inglesa consegue transmitir melhor o que quero dizer, com menos palavras. Talvez seja a influência das músicas e filmes. Anyway, quem não gostar do meu estilo, pode se manifestar. Esse aqui é o meu espaço, gosto de receber comentários e de que as pessoas sejam educadas. Mas às vezes, me pergunto se realmente lêem o que escrevo, se realmente se interessam ou se estão apenas tentando ser gentis. Porque muitas vezes eu não gosto dos meus textos. É preciso haver alguma sintonia. Qualquer sentimento. Pessoas, manifestem-se, falem algo, não me deixem falando aqui sozinha.
Entaõ fica combinado assim. Quando eu não conseguir postar nada no "Obsessions", venho para cá. Como se esse fosse meu caderno de rascunhos. Uma vez que está sempre ao meu alcance e não me falha. Mas ao mesmo tempo não me serve em todos os propósitos. Estou divagando outra vez. A chuva está caindo lá fora e os mosquitos estão começando a ser atraídos pela luz. Lá em Natal, o pessoal deve estar saindo de casa para se encontrar no Seven Pub, onde vão fazer um revival do velho El Chaco Bar.

quinta-feira, outubro 09, 2003

"Quando você fica velho, seu coração morre", disse Ally Sheedy no filme "Clube dos Cinco". O novo álbum da banda inglesa Muse - Absolution - traz uma coleção de canções simples, poéticas e transparentes, é uma longa canção de amor para o Sonho Impossível. It’s certainly the biggest commandment of the record, and also the simplest: "You’ve got to change the world and use this chance to be heard". You can see the tears as Bellamy desperately tries to make us feel and care as much as he does. Ele (Dan Martin, da NME), está se referindo à canção: "Butterflies and hurricanes". Ainda não consegui achar a faixa que mais gostei nesse excelente cd. Cada vez que escuto, descubro uma que me faz sentar e olhar pela janela ou vontade de fazer aquela air guitar, pular, gritar...
Descobri um blog: Sons Alternativos, que também leu a mesma crítica.
Elbow fazendo tour com Grandaddy e depois com Muse. Eu mereço morar no Brasil e não poder ver esses shows...NME news
Butterflies And Hurricanes
Change everything you are
And everything you were
Your number has been called
Best, you've got be the best
you've got to change the world
And use this change to be heard
Your time is now
Don't let yourself down
And don't let yourself go
Your last chance has arrived.

quarta-feira, outubro 08, 2003

A chuva caindo lá fora, o céu cinza, o vazio das horas... Até dá vontade de sair para me molhar na chuva. Há muito tempo que eu não tomo banho de chuva, há muito tempo que eu não sei o que é me molhar.... Algumas vezes bate essa vontade de sair correndo, olhar o mar, dirigir sem destino. Falta algo... falta paixão.
Arnold Schwarzenegger, o exterminador do futuro, foi eleito governador da Califórnia. Tem tudo a ver, afinal eles não elegeram Ronald Reagan e Bush, presidentes? Los Angeles, Hollywood, não é lá a meca do cinema? Que venha um exterminador, então.

terça-feira, outubro 07, 2003

"Get a site, keep it interesting."
It seems that I'm having a problem with this matter...
O Blogger.br continua me bloqueando, não consigo entrar na página de edição dos posts. Provavelmente estão fazendo isso para que eu não atualize mais o My Chronicles(Obsessions) e assim, eles podem tirá-lo do ar. Uma pena. Está fazendo 1 ano que entrei nessa de blogar. Também estou numa fase ruim de inspiração....
Salve, M. um beijão..tudo bem?
Jamais imaginei que um dia fosse escrever algo - e o pior, falando bem - de Oswaldo Montenegro...cá para nós, o cara é um chato..mas essa letra dele diz muito...acho que fiz a mesma reflexão que vc e que, no fundo, todo mundo faz quando ouve...tb tenho as mesmas lembranças e saudades....acho que todo mundo tem...mas acho que se fôssemos fazer um balanço detalhado, de verdade, acho que hoje, passado tanto tempo, estamos sim, todos bem...de qualquer forma, mantivemos os contatos, cada um atravessou suas tempestades e cada um vai levando a sua vida.Os lances e momentos de tédio, acredito, tb devem ser comuns. Hoje já não dá mais, passado tanto tempo, de avaliar se o rumo que todos nós tomamos foi, de fato, o melhor. O que existe é esse momento e é nele que temos de nos esforçar para sermos felizes. Não podemos mais viajar, temos agora que construir nossa história...dizer isso é uma beleza, né!?!?!? dificil é, muitas vezes, acordar todo dia e repetir tudo, com a impressao de que estamos somente vendo a vida passar...mas a vida é isso mesmo, eu acho
um beijo,
saudades: C.M.

Correspondência
Querido C. M,
Estou aqui olhando para um recorte de jornal. Uma coluna com o título:"Grandes Dúvidas Movidas por um elogio rápido a Oswaldo Montenegro". Guardei porque achei legal o que vc escreveu e pensei em te mandar um mail, mas só agora o faço. Fico lembrando dos corredores do setor V, das nossas "aulas" no Mariu's, do Fórum, das vernissagens na Aliança Francesa, do Chernobyl, dos livros lidos com Terciana, do Cebola Faz Chorar... e quase choro.
"Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?"
Não, hoje não é do jeito que achei que seria. Mas sua pergunta tinha a ver com o El Chaco e acabei não mencionando-o até agora. Como meu irmão era amigo de H. e A, lembro de quando eles começaram o bar. A compra de um aparelho de som em que A. aproveitou para trazer junto um disco de Iggy Pop. Pergunta se ele lembra disso. Eu levando discos pra tocar lá. Uma noite em que fui garçonete e quase teve uma confusão com o pessoal do Raro Sabor e quase vendo o sol nascer, enquanto fechavámos o bar. Shows do General Lee e Florbela. A luta pra conseguir comer uma saltena... A chuva lá fora e todo mundo se abrigando dentro do bar lotado, enfumaçado... Ulli correndo para pegar o ônibus, os quadros malucos de A. e aquelas caixas de ovos nas paredes por causa dos vizinhos...Uma vez, B. colocou uma tela lá para que todo mundo pintasse, lembra? Tirei fotos, inclusive Alumão ainda com cabelo. Não sei onde estão.
Naquela época, eu estava tentando terminar o curso de Jornalismo, pensava em trabalhar em alguma FM, até fiz um "estágio" que não deu em nada. Jornalismo sério nunca foi o meu forte. E hoje, 12 anos depois de formada, nunca trabalhei como jornalista, virei dona de casa e mãe. Porque assim o quis. É isso. Olhando para trás, bate uma saudade daqueles tempos irresponsáveis onde qualquer encontro de amigos era motivo para festa. Um grande abraço:

Me mandaram por e-mail:
NULUM DIE SINE LINEA
"Traduzindo do latim, nada mais simples: nenhum dia sem (escrever) uma linha, ou, em uma ordem mais direta, mas mantendo a forma das quatro palavras:
TODO DIA UMA LINHA.
Apesar do sentido estar implícito, acho que cabe aqui a ressalva: todo dia PELO MENOS uma linha.
Sempre fui enfático em um detalhe: disciplina. Escrever todo dia é fundamental. É ABSOLUTAMENTE ESSENCIAL. Se vc não está inspirado, escreva assim mesmo. Quando, tempos depois, com a musa sobre os ombros, for revisar o texto, mude tudo, se quiser. Mas, talvez mais importante, lá atrás, naquele dia frio, com fome, com dor de cabeça, cansado, preocupado, vc se perguntou, "catso, sou ou não um(a) escritor(a)?" e, superando tudo, especialmente à vc mesmo, produziu alguma coisa. Delineou uma personagem, estruturou uma cena, rascunhou um parágrafo, escreveu uma linha ou simplesmente enfileirou quatro palavras. Às vezes é o que basta."
porFábio Marchioro
Se quiser ler o texto inteiro e saber de onde o tirei, entre aqui: my so called life.
Acordei. Queria continuar dormindo. Tive um sonho...não me lembro. Levantei, fiz o café, procurei o pão. Vai bisnaguinha panco mesmo. Acordei Bia, fiz a vitamina dela. Ela levantou, ligou a tv e sentou no sofá. Assim começou o nosso dia, igual à vários outros. Às vezes penso que estou trapped in the same day, que nem o personagem de Bill Murray naquele filme "Feitiço do Tempo".

segunda-feira, outubro 06, 2003


Livros... se não abrir aqui, tente aqui: fotolog
Por que eu não desisto de uma vez de usar o Blogger.br? Esse aqui funciona mil vezes melhor, não tem essa palhaçada de sessão expirando...
Antes que me esqueça, vi um filme que nem comentei ainda. Se chama: "A Sombra de um Homem"(The Salton Sea). Com Val Kilmer, Vincent D´Onofrio, Anthony Lapaglia e outros.O filme mistura a estética do policial noir altamente estilizado com a comédia de humor negro e traz Val Kilmer num de seus melhores papéis desde que interpretou(baixou?) Jim Morrisson.
Bye
I'm on standby
Out of order or sort of unaligned
Powered down for redesign
Bye bye
I'm on standby
According to the work order you signed
I'll be down for some time
I'll be down for some time
I got good at saying "I gotta go"
Number one at saying "I don't know"GranDaddy

sexta-feira, outubro 03, 2003

quinta-feira, outubro 02, 2003

Então, oi pra vocês que abriram essa página e entraram no meu mundo. Para alguns, o meu gosto musical é meio excêntrico, para outros, os filmes que assisto não dizem nada e meus problemas por demais banais. É verdade, preciso ler mais para escrever melhor e ter outras experiências de vida ou pelo menos mais criatividade nos meus textos para mantê-los interessados." A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais profundos desejos." Dizia Manuel de Barros.Mas especialmente hoje, estou me sentindo meio vazia."Sou uma paisagem cinzenta e azul." "Estou caindo no discurso? que me perdoem os fiéis do templo: eu escrevo assim e me livro de mim e posso entaõ descansar." Clarice Lispector em "Um Sopro de Vida". Já me disseram que devo abrir mais meu coração. Talvez eu tenha medo de me expôr ou de ser mal interpretada. Talvez. Quando tento escrever algo mais profundo acabo me tornando melancólica e soando por demais triste. Então me calo para que não desvendem a minha alma.

quarta-feira, outubro 01, 2003

Cara, essa coisa toda com o Blogger.br está me deixando muito p. da vida. Entrando no My Chronicles, vejo que meus antigos posts sumiram. Só aparece: Archives<< current . É como se só existisse aquela página exibida, de 18 a 27 de setembro. Digito nome de usuário e a senha, espero um pouco e leio:
Seja bem-vindo, MARÍLIA. Estes são os seus blogs:
Obsessions
Criar um novo blog
Sair do Blogger
e então aparece a mensagem: Sua Sessão Expirou! Como? Alguém pode me ajudar?
O que está num nome? Meu pai escolheu o meu por causa de uma cantora chamada Marília Medalha. Lá em casa ainda tem o vinil com o mesmo nome, de 1968. Descobri que ela era de Niterói. Muita gente me chamava Marília de Dirceu. Nunca estudei com nenhuma xará. Adoro meu nome.
Coloquei o nome My Chronicles na busca do Top Links Idearo e vieram esses blogs, onde meu blog já foi citado ou tem link.
1. [ My Chronicles ] (27-Nov-2002)
2. My Chronicles (InterNey, 22-Dez-2002)/
3. My Chronicles (Walkwoman, 14-Mai-2003)
4. Obsessions, da Marilia (100SAl, 5-Jul-2003)
5. Obsessions ( Carta Aberta, 6-Jul-2003)
6. Marília (Mundo Foderoso, 8-Jul-2003)
7. Obsessions (Nababu.org, 10-Jul-2003)
8. Obsessions (Novesfora, 18-Jul-2003)
9. My Chronicles (Cinéfila de Plantão, 15-Ago-2003)
10. obsessions (Arts Flash Blog, 28-Ago-2003)
11. obsessions (A Blogueira dos 'enta', 29-Ago-2003)
12. My Chronicles (Aquém da Imaginação, 9-Set-2003)
13. marília marinilda (Drops da Fal, 9-Set-2003)
14. Obsessions (Post-It, 11-Set-2003)
15. Obsessions (Santo de Casa, 11-Set-2003)
16. Marília (Banana&Etc, 15-Set-2003)
Esqueceram desses aqui:
Assim é, se lhe parece
Filmes Glst
Cinema e Etc
Roteiro Adaptado
Desses, tenho os meus assíduos leitores, gente boa que não me esquece. Quando comecei, no dia 24 de outubro de outubro de 2002, mal tinha leitores, tive que fazer uma certa divulgação pois sem retorno não há progresso. Agora que ia fazer um ano de blog, o Blogger.br simplesmente não me deixa mais entrar, embora reconheça meu nome de usuário e senha. Um mistério que não foi explicado. Mas falando em coisas boas, só agora percebi que minha sobrinha Sofia também vai fazer 1 ano no final desse mês.