terça-feira, outubro 26, 2010
A paixão é um remédio
Lendo a página do Alberto Godin com esse título,fiquei pensando sobre essa questão da depressão. Ele fala que o cara é um deprimido que melhora quando conquista uma mulher.O jogo da sedução que antecede uma possível paixão funciona como um poderoso antidepressivo. O problema é que não sei jogar. Mas quando estou envolvida com alguém, tudo parece funcionar melhor. É como se o mundo, antes cinzento, ganhasse cores vívidas e intensas. Cara, mas fazemos cada merda quando apaixonados. Ou para ficar apaixonados. Esse estado de extâse dos enamorados. I've been acting like a fool these days. De repente me bateu uma vontade de te ver, conversar com você, olho no olho, tomarmos uma cerveja e rirmos das coincidências da vida, descobrindo afinidades aos poucos... Por que não sei freiar minha ansiedade e saio atropelando tudo?
segunda-feira, outubro 18, 2010
All I made just one mistake
A vida não é filme, você não entendeu
De todos os seus sonhos não restou nenhum
Ninguém foi ao seu quarto quando escureceu
E só você não viu, não era filme algum
E a mocinha se perdeu olhando o Sol se por
Que final romântico, morrer de amor
Relembrando na janela tudo que viveu
Fingindo não ver os erros que cometeu...
Tudo em nome do amor? Não sei, às vezes nos perdemos na busca do outro.Idealizamos demais, e a pessoa não corresponde aos nossos anseios.
"Nunca se contente com a primeira impressão porque quase nunca ela é puramente racional, ela traz uma carga afetiva pesada, baseada em vivências passadas, experiências pessoais, cultura, crenças e em questões mal resolvidas..." Pois é, garota, você tem toda razão quando diz:" não conduza as suas ações e julgamentos apenas pelo que as pessoas mostram ser superficialmente, o ser humano é muito complexo e boa parte do que somos, não mostramos (e em muitos casos, escondemos até de nós mesmos). Eu acreditei na fantasia e quando acordei era tarde demais. Havia uma grande abóbora na minha porta. (Risos)
De todos os seus sonhos não restou nenhum
Ninguém foi ao seu quarto quando escureceu
E só você não viu, não era filme algum
E a mocinha se perdeu olhando o Sol se por
Que final romântico, morrer de amor
Relembrando na janela tudo que viveu
Fingindo não ver os erros que cometeu...
Tudo em nome do amor? Não sei, às vezes nos perdemos na busca do outro.Idealizamos demais, e a pessoa não corresponde aos nossos anseios.
"Nunca se contente com a primeira impressão porque quase nunca ela é puramente racional, ela traz uma carga afetiva pesada, baseada em vivências passadas, experiências pessoais, cultura, crenças e em questões mal resolvidas..." Pois é, garota, você tem toda razão quando diz:" não conduza as suas ações e julgamentos apenas pelo que as pessoas mostram ser superficialmente, o ser humano é muito complexo e boa parte do que somos, não mostramos (e em muitos casos, escondemos até de nós mesmos). Eu acreditei na fantasia e quando acordei era tarde demais. Havia uma grande abóbora na minha porta. (Risos)
segunda-feira, outubro 11, 2010
Forget and forgive
"I've learned that people will forget what you said, people will forget what you did, but people will never forget how you made them feel."Maya Angelou.
Sim, você fez com que eu me sentisse à vontade logo no nosso primeiro e único encontro. Muitas afinidades, bateu aquela coisa da química, como se fossemos velhos amigos a nos reencontrar. Mas alguma coisa se quebrou. Depois daquela noite,você nunca mais quis me ver ou falar comigo. O que aconteceu? A minha carência o assustou? Será que eu fui muito over? Lembro bem quando você veio me apanhar aqui, estacionou o carro do outro lado da rua. Eu não sabia que era você e te liguei. Acho que você já tinha todo o roteiro planejado. Fomos para Santa Teresa, você me mostrando as casas, paramos no Mike Haus. Um barzinho que me lembrou o velho El Chaco. O dono, um alemão bom de copo. Todo decorado com bonecos - marionetes - do Bob Marley e outros. Pedimos cerveja e o papo fluia naturalmente. Você pediu uma salada com salsichas. Eu estava de vestido, você usava uma bermuda. Eu disse que tinha gostado do lugar e você replicou que achava que eu ia gostar. Aparentemente o bar ia fechar, tinha acabado a cerveja que pedimos inicialmente. Eu falei que queria uma sobremesa, um chocolate... Você disse saber onde tinha. Na saída, você tentou tirar uma foto minha em frente ao bar com seu celular, mas disse que ficou muito escura. Entramos no seu carro e rodamos pelas ruas de St Teresa. Você parou para me mostrar uma casa que tinha um estilo meio oriental(?) e também o mirante do beco do rato? Você acariciava meus cabelos enquanto dirigia e de repente estavamos nos beijando... Paramos em frente ao sobrado onde você morava, Acho que subimos apenas um lance ou dois, de escadas. Os gatos vieram nos cumprimentar. Você me mostrou a janela do quartinho/despensa, de onde se tinha uma visão diferente da cidade. Na cozinha, uma planta diferente, meio geométrica. Na sala, Um quadro com uma foto do festival da canção ( Marília Medalha )... No banheiro, resquícios da infância: miniatura de carrinhos...Foi legal ou eu estava meio drunk? Deitados na cama, falei que não gostava dos meus pés. E você disse que eu era carinhosa. Levantou para apanhar um copo d'água pra mim. Eu vi as horas. Quase 5h da matina. Caramba, tenho que voltar para casa. Antes você me perguntou se eu queria uma camiseta para dormir. Eu achei melhor ir embora. Procuramos meu brinco que tinha caído embaixo da cama. NOs vestimos. Você me falou que os livros de culinária eram da sua mãe. Os chapéus pendurados, um era rosa. Mangueira? Entramos no seu carro, você me deixou na porta de casa. Falou que tinha namorado a filha de alguém que morava no meu prédio. O mundo é pequeno. Um beijo de despedida. No elevador me olhei no espelho, meio despenteada, o gosto dos seus beijos ainda na minha boca, no corpo a marca de suas mãos... e então, de repente, adeus.
Sim, você fez com que eu me sentisse à vontade logo no nosso primeiro e único encontro. Muitas afinidades, bateu aquela coisa da química, como se fossemos velhos amigos a nos reencontrar. Mas alguma coisa se quebrou. Depois daquela noite,você nunca mais quis me ver ou falar comigo. O que aconteceu? A minha carência o assustou? Será que eu fui muito over? Lembro bem quando você veio me apanhar aqui, estacionou o carro do outro lado da rua. Eu não sabia que era você e te liguei. Acho que você já tinha todo o roteiro planejado. Fomos para Santa Teresa, você me mostrando as casas, paramos no Mike Haus. Um barzinho que me lembrou o velho El Chaco. O dono, um alemão bom de copo. Todo decorado com bonecos - marionetes - do Bob Marley e outros. Pedimos cerveja e o papo fluia naturalmente. Você pediu uma salada com salsichas. Eu estava de vestido, você usava uma bermuda. Eu disse que tinha gostado do lugar e você replicou que achava que eu ia gostar. Aparentemente o bar ia fechar, tinha acabado a cerveja que pedimos inicialmente. Eu falei que queria uma sobremesa, um chocolate... Você disse saber onde tinha. Na saída, você tentou tirar uma foto minha em frente ao bar com seu celular, mas disse que ficou muito escura. Entramos no seu carro e rodamos pelas ruas de St Teresa. Você parou para me mostrar uma casa que tinha um estilo meio oriental(?) e também o mirante do beco do rato? Você acariciava meus cabelos enquanto dirigia e de repente estavamos nos beijando... Paramos em frente ao sobrado onde você morava, Acho que subimos apenas um lance ou dois, de escadas. Os gatos vieram nos cumprimentar. Você me mostrou a janela do quartinho/despensa, de onde se tinha uma visão diferente da cidade. Na cozinha, uma planta diferente, meio geométrica. Na sala, Um quadro com uma foto do festival da canção ( Marília Medalha )... No banheiro, resquícios da infância: miniatura de carrinhos...Foi legal ou eu estava meio drunk? Deitados na cama, falei que não gostava dos meus pés. E você disse que eu era carinhosa. Levantou para apanhar um copo d'água pra mim. Eu vi as horas. Quase 5h da matina. Caramba, tenho que voltar para casa. Antes você me perguntou se eu queria uma camiseta para dormir. Eu achei melhor ir embora. Procuramos meu brinco que tinha caído embaixo da cama. NOs vestimos. Você me falou que os livros de culinária eram da sua mãe. Os chapéus pendurados, um era rosa. Mangueira? Entramos no seu carro, você me deixou na porta de casa. Falou que tinha namorado a filha de alguém que morava no meu prédio. O mundo é pequeno. Um beijo de despedida. No elevador me olhei no espelho, meio despenteada, o gosto dos seus beijos ainda na minha boca, no corpo a marca de suas mãos... e então, de repente, adeus.
Adagio Sostenuto
O tema central de ADAGIO SOSTENUTO, assim como o de todos os filmes desde “Variação sobre um Tema”, é a desarmonia entre o ser humano e seus arredores, entre o interno e o externo, colocada através de situações de perda, vazio ou impossibilidades, de onde se origina a sensação de que algo está irremediavelmente fora do lugar, quebrado e sem conserto, porque já foi construído dessa forma.
Para abordar esse conflito, os filmes trazem em si a idéia da repetição cíclica e infinita; procuram ritmo, textura e estrutura, para, em seguida, quando já estiverem plenos de imagem e som, quebrá-los, porque a vida é feita de sentimentos quebrados, esfacelados, recomeçados e inacabados. E um filme deve mostrar isto na tela, representar esses sentimentos através de imagem e som. Van Gogh escreveu em uma carta: “quero que as cores representem as emoções”. O que significa dizer que as cores são a emoção.
Sendo a estética o estudo das condições e efeitos da criação artística (e, no cinema, esta criação realiza-se através de imagens e sons), é como afirmar que a forma define o conteúdo. A forma é o conteúdo. Portanto, se faz necessário construir os filmes dentro da idéia de montagem como aproximação dialética entre imagem e som, ou seja, conectar e colidir as imagens e os sons, para que se possa sentir mais intensamente a desarmonia entre interno e externo, entre corpo e alma, entre pensamento e ação, e perceber que os eventos considerados secundários são, na verdade, os essenciais. Para acentuar essa desarmonia, o som (textos, músicas, ruídos e silêncios) é fundamental, não como um adorno ou algo que sublinha, mas como um corpo vivo, no mesmo nível de importância que a imagem.
As mulheres são um elemento básico em todos os filmes, devido ao fato de serem capazes de gerar e criar o agente principal de todos os conflitos: o ser humano. Simbolizando a ligação entre o interno e o externo, outros elementos se repetem, como portas, janelas, espelhos e oceanos.
Em 1978, “Variação sobre um Tema” terminava com uma mulher saindo de um quarto e abrindo uma porta que não se vê, mas se ouve, e deixando essa porta aberta, mantendo uma possibilidade diante de uma crise.
Agora, em ADAGIO SOSTENUTO, outra mulher vai se sentir como que atingida por um tufão em pleno oceano. Ela vai procurar desesperadamente a saída, até outra porta ser aberta, onde a estagnação dá lugar ao movimento e a derrota à celebração. Mas, quando se abre uma porta, deve-se estar pronto para o que pode entrar por ela. Ou para a saída que ela significa.
Para abordar esse conflito, os filmes trazem em si a idéia da repetição cíclica e infinita; procuram ritmo, textura e estrutura, para, em seguida, quando já estiverem plenos de imagem e som, quebrá-los, porque a vida é feita de sentimentos quebrados, esfacelados, recomeçados e inacabados. E um filme deve mostrar isto na tela, representar esses sentimentos através de imagem e som. Van Gogh escreveu em uma carta: “quero que as cores representem as emoções”. O que significa dizer que as cores são a emoção.
Sendo a estética o estudo das condições e efeitos da criação artística (e, no cinema, esta criação realiza-se através de imagens e sons), é como afirmar que a forma define o conteúdo. A forma é o conteúdo. Portanto, se faz necessário construir os filmes dentro da idéia de montagem como aproximação dialética entre imagem e som, ou seja, conectar e colidir as imagens e os sons, para que se possa sentir mais intensamente a desarmonia entre interno e externo, entre corpo e alma, entre pensamento e ação, e perceber que os eventos considerados secundários são, na verdade, os essenciais. Para acentuar essa desarmonia, o som (textos, músicas, ruídos e silêncios) é fundamental, não como um adorno ou algo que sublinha, mas como um corpo vivo, no mesmo nível de importância que a imagem.
As mulheres são um elemento básico em todos os filmes, devido ao fato de serem capazes de gerar e criar o agente principal de todos os conflitos: o ser humano. Simbolizando a ligação entre o interno e o externo, outros elementos se repetem, como portas, janelas, espelhos e oceanos.
Em 1978, “Variação sobre um Tema” terminava com uma mulher saindo de um quarto e abrindo uma porta que não se vê, mas se ouve, e deixando essa porta aberta, mantendo uma possibilidade diante de uma crise.
Agora, em ADAGIO SOSTENUTO, outra mulher vai se sentir como que atingida por um tufão em pleno oceano. Ela vai procurar desesperadamente a saída, até outra porta ser aberta, onde a estagnação dá lugar ao movimento e a derrota à celebração. Mas, quando se abre uma porta, deve-se estar pronto para o que pode entrar por ela. Ou para a saída que ela significa.
Retrato pra Iaiá - Los Hermanos
Ah, se eu peco é na vontade
de ter um amor de verdade.
Pois é que assim, em ti, eu me atirei
e fui te encontrar
pra ver que eu me enganei.
Depois de ter vivido o óbvio utópico
te beijar
e de ter brincado sobre a sinceridade
e dizer quase tudo quanto fosse natural
Eu fui praí te ver, te dizer:
Deixa ser.
Como será quando a gente se encontrar ?
No pé, o céu de um parque a nos testemunhar.
Deixa ser como será!
Eu vou sem me preocupar.
E crer pra ver o quanto eu posso adivinhar.
De perto eu não quis ver
que toda a anunciação era vã.
Fui saber tão longe
mesmo você viu antes de mim
que eu te olhando via uma outra mulher.
E agora o que sobrou:
Um filme no close pro fim.
Num retrato-falado eu fichado
exposto em diagnóstico.
Especialistas analisam e sentenciam:
Oh, não!
Deixa ser como será.
Tudo posto em seu lugar.
Então tentar prever serviu pra eu me enganar.
Deixa ser.
Como será.
Eu já posto em meu lugar
Num continente ao revés,
em preto e branco, em hotéis.
Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.
de ter um amor de verdade.
Pois é que assim, em ti, eu me atirei
e fui te encontrar
pra ver que eu me enganei.
Depois de ter vivido o óbvio utópico
te beijar
e de ter brincado sobre a sinceridade
e dizer quase tudo quanto fosse natural
Eu fui praí te ver, te dizer:
Deixa ser.
Como será quando a gente se encontrar ?
No pé, o céu de um parque a nos testemunhar.
Deixa ser como será!
Eu vou sem me preocupar.
E crer pra ver o quanto eu posso adivinhar.
De perto eu não quis ver
que toda a anunciação era vã.
Fui saber tão longe
mesmo você viu antes de mim
que eu te olhando via uma outra mulher.
E agora o que sobrou:
Um filme no close pro fim.
Num retrato-falado eu fichado
exposto em diagnóstico.
Especialistas analisam e sentenciam:
Oh, não!
Deixa ser como será.
Tudo posto em seu lugar.
Então tentar prever serviu pra eu me enganar.
Deixa ser.
Como será.
Eu já posto em meu lugar
Num continente ao revés,
em preto e branco, em hotéis.
Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.
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