segunda-feira, agosto 09, 2004

"Preciso urgente entrar em um curso de mergulho.É fundamental não ter medo de ir mais fundo, conquistar novos territórios e se deslumbrar com as maravilhas da Natureza. Quero desbravar a imensidão azul desse planeta, flutuar no meio do infinito d´água sem a sensação de gravidade, observando com admiração espetacular um mundo vivo colorido real.
Sei que não consigo fazer tudo que quero, sei que não dou conta, que não consigo me organizar direito porque é impossível fazer tudo ao mesmo tempo, que é imprescindível escolher prioridades, que eu fico igual um doido porque não dá para gerenciar tantas frentes abertas todos os dias, que ninguém consegue viver em perfeita sanidade mental só procurando expandir os caminhos e possibilidades a cada segundo - mas, na moral, azar. Nada disso importa. O que não dá é pra ficar adiando eternamente nossas vontades, esperando "um dia" chegar, o vento passar, a poeira baixar. Prioridade é vontade mais coragem, sobre responsabilidade. Então vamos lá, respirar fundo, e mergulhar!!!O resto que espere, que se confunda, embrulhe ou destrambolhe. Que aguarde ou que reclame. Volto já. A vida renovada, não tem limites!" 22 de julho de 2004. Por Fervil Poucos dias depois, no dia 26 de julho, FerVil foi assassinado ao tentar escapar de um assalto no Santo Cristo, Rio de Janeiro.
"Em 1998, a estudante Ana Carolina foi morta em uma tentativa de assalto na saída do Túnel Santa Bárbara, em Laranjeiras. Ela tentou escapar ao ser abordada pelos bandidos e, ao acelerar, foi atingida pelos tiros. O crime chocou os cariocas e até hoje é lembrado como um triste capítulo na história de violência da cidade. Na última segunda-feira, a vida de Fernando Villela, nosso querido FerVil, foi friamente interrompida pouco antes do Túnel Santa Bárbara. A tragédia se repetiu. O que mudou foi a repercussão. A brutalidade, que marcará para sempre a vida da família e dos amigos de FerVil, já não causa o mesmo impacto. O carioca está sendo anestesiado pela violência que assola a cidade. Não houve pausa, minuto de silêncio. No dia seguinte, a guerra civil carioca fez mais uma vítima. E depois outra... Quatro mortes em uma semana, como noticiaram os jornais. Algo está errado. É preciso parar. Refletir. Já temos vítimas suficientes. FerVil inspirava os que estavam ao seu lado. Era batalhador, doce, espirituoso, sonhador e "fervilhante", como por muitos era chamado. Tinha uma legião de amigos. Não é justo que ele se transforme em um número a mais nas estatísticas de violência do Rio. Nosso grito é necessário, não pode ser calado. Nossa revolta tem que ser diária, nossa indignação não pode ser anestesiada. Em um ano de eleições, essa tragédia deve servir de alerta.”
Muito triste isso. Nossa dura realidade. Num dia estamos aqui, vivos e no outro, podemos estar mortos. E o que fiz de minha vida??

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