segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Wish List
31 canções, de Nick Hornby. Tradução de Lúcia Helena Schaefer de Brito. Editora Rocco.
Cinco separações mais memoráveis, cinco empregos ideais, cinco melhores filmes para a minha mãe, cinco melhores primeiras músicas de discos etc. Nick Hornby praticamente nos tornou dependentes de listas — de top five, principalmente — depois de seu maior sucesso: “Alta fidelidade”. Agora, em “31 canções”, ele nos apresenta suas músicas prediletas em uma lista que mais cedo ou mais tarde discutiremos em alguma mesa de bar — alterados ou não. Enfim, filosofia de botequim da melhor qualidade, por mais que você reconheça ou não alguma canção. A maioria, aliás, eu não conhecia. Mas o que importa é a verve e o bom humor de Hornby. Seus ensaios algumas vezes lembram fatos da vida associados a uma canção, outras vezes apenas dizem que aquela música é boa e pronto.
As 31 músicas:
1.Thunder Road: Bruce Springsteen;
2.Your Love is the Place That I Come From: Teenage Fanclub;
3. I'm Like a Bird: Nelly Furtado;
4. Heartbreaker: Led Zeppelin;
5. One Man Guy: Rufus Wainwright;
6. Samba Pa Ti: Santana;
7. Mama Been on My Mind: Rod Stewart;
8. Can You Please Crawl Out of Your Window? Bob Dylan;
9. Rain: The Beatles;
10. You Had Time: Ani DiFranco;
11. I've Had It: Aimee Mann;
12. Born For Me: Paul Westerberg;
13. Frankie Teardrop: Suicide;
14. Ain't That Enough: Teenage Fanclub;
15. First I Look at the Purse: J. Geils Band;
16. Smoke: Ben Folds Five;
17. A Minor Incident: Badly Drawn Boy;
18. Glorybound: The Bible;
19. Caravan: Van Morrison;
20. So I'll Run: Butch Hancock & Marce LaCouture;
21. Puff the Magic Dragon: Gregory Isaacs; 22. Reasons to be Cheerful, Part 3;
23. The Calvary Cross: Richard and Linda Thompson;
24. Late For the Sky: Jackson Browne;
25. Hey Self-Defeater: Mark Mulcahy;
26. Needle in a Haystack: The Velvelettes;
27. Let's Straighten it Out: O.V. Wright;
28. Royksopp's Night Out: Royksopp;
29. Frontier Psychiatrist: The Avalanches;
30. No Fun/Push It: Soulwax;
31. Pissing in a River: Patti Smith Group.
Bartleby e companhia, de Enrique Vila-Matas. Tradução de Maria Carolina de Araujo e Josely Vianna Baptista. Cosacnaify, 188 páginas. R$ 39
Para que serve a literatura? Por que escrever? Muitos escritores tiram, dessa dúvida, a energia de que necessitam para se dedicar a seus livros. “Eu escrevo para saber por que eu escrevo”, sintetizou, certa vez, Fernando Sabino. Mas para muitos outros, a pergunta, em vez de motor, se transforma em obstáculo. Em vez de estimulá-los, os leva justamente na direção do silêncio e do vazio.
“Bartleby e companhia” é um livro que fica a meio caminho entre a ficção, o ensaio, a reflexão pessoal. Com ele, o escritor catalão nos mostra, mais uma vez, que a literatura é tão viva e móvel quanto um bicho, que suas fronteiras são líquidas e instáveis, que sua identidade — exatamente como a nossa, a humana — é pura irregularidade e simples ficção.
Ao longo do livro, desfilam escritores e personagens que se deixaram impregnar pelo que Vila-Matas chama de “do Não”. O próprio “Bartleby e companhia” — um conjunto de notas dispersas para um livro que nunca foi escrito — é, na verdade, uma narrativa que se ergue sobre uma negação. Difuso e pouco visível, o narrador de Vila-Matas é, ele também, uma vítima da doença do Não. Ainda assim, com suas notas ao romance inexistente, ele nos mostra que “escrever que não se pode escrever também é escrever.
As desculpas que justificam essa imobilidade são variadas. Ele nos recorda, por exemplo, a história de Paranóico Pérez, personagem do jovem escritor Antonio de la Mota Ruiz, que nunca pôde escrever um livro porque, sempre que tinha uma idéia, o português José Saramago a escrevia antes dele. Ou do francês Gustave Flaubert, que passava longos períodos de asfixia literária, amparando-se na desculpa de que não escrevia porque estava à espera da inspiração — ou seja, não escrevia para poder escrever.
Através de seu Monsieur Teste, o francês Paul Valéry dizia que “quanto mais se escreve, menos se pensa”, e nesse caso, o não escrever se torna uma justificativa — um fundamento — do pensamento e uma maneira secreta de filosofar. Os americanos até hoje se intrigam com o silêncio enfezado de Salinger; assim como nós, brasileiros, nos atormentamos com a mudez de Raduan Nassar, um exemplar escritor do Não que escapou a Vila-Matas.
Nas fronteiras do sonho literário, não escrever se converte, desse modo, numa manifestação extrema da literatura, como a prostração que se sucede ao orgasmo. Será ela o fim, ou o apogeu do prazer? Transposta para a literatura, e imitando os sábios orientais, a mesma pergunta ficaria assim: não escrever é abdicar da literatura ou, ao contrário, é esgotá-la?
Existem aqueles, como o francês Georges Simenon — que em 61 anos de atividade literária publicou 190 romances sob pseudônimo, 193 assinados com seu nome, 25 obras autobiográficas e mais de mil contos — que, ao contrário, são verdadeiros anti-Bartleby. Em 1929, ele chegou a escrever 41 romances!
Ao contrário de Simenon, os Bartleby de Vila-Matas, tomados por uma pulsão negativa que os leva sempre a desconfiar das palavras, ou a topar com sua insuficiência, se deixam vencer pelo mal do Não. São sujeitos que, na verdade, aspiram às delícias da paralisia e, como discípulos de Oscar Wilde, poderiam dizer que seu ideal é “não fazer absolutamente nada, que é a coisa mais difícil do mundo, a mais difícil e a mais intelectual”.
Optar pelo Não traz, ao menos, uma vantagem: se não escrevem, como esses escritores podem ser criticados? Com essa opção pelo silêncio, conservam intactas suas reputações e sua paz. Nesse caso, o “desfalecimento da palavra e naufrágio do Eu”, como Vila-Matas descreve, se torna, no fim das contas, uma estratégia de salvação. Não fazer é sempre menos perigoso que fazer.
Autor de esplêndidos aforismos, o francês Joseph Joubert, que foi secretário de Chateaubriand, lutava, sem sucesso, para escrever um livro. Cobrado por seu patrão, que muito o admirava, ele assim sintetizou seu impasse: “Ainda não posso escrevê-lo, ainda não encontrei a fonte que procuro. E se encontro essa fonte, terei mais motivos ainda para não escrever”. Joubert, como tantos escritores do Não, se deixava imobilizar pela insuficiência das palavras. Ele faz parte de uma longa galeria de escritores massacrados por seus próprios ideais que, não suportando a fragilidade das ações humanas, preferem delas abdicar, e assim se sentem mais próximos da perfeição.
O que não deixa de ser uma maneira de dar uma solução à questão literária. Escritores, provavelmente, habitados pelos versos do poeta Dylan Thomas: “Alguma certeza deve existir,/ se não de amar, ao menos de não amar”.
Por JOSÉ CASTELLO, jornalista e escritor.

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Idlewild - El Captain
By the harbour I harbor
The strangest memories
Older than I could ever be
Stranded in nostalgia
So tonight i'll try harder
But it's hard to fix this spotlight on me
In a cast that's taking places
I'm not sure of where I want to be
Stand up, stand up and stand out
Applaud El Captain
And jump up to cheers from the crowd
Stand up, stand up and stand out
And I hope you take your camera
To photograph my tears as they hit the ground

No one even listens
The same way that no one ever laughs
I'm taking the car out of the snow
I'm wondering where the summer went to
Circled by your secrets
I'm hoping that they don't include me
At least I'm in good company
Because there's no one else around except me
Stand up, stand up and stand out
Applaud el captain
Just to watch the world slow itself
Stand up, stand up and stand out
And I hope you took your camera
The silence makes the loudest sound

It seems far too easy to say the same things
I'll choose my own way to use my life up
And finally I found a new way to say the same things in imaginary ways
I use my life up

You were looking at pictures in the distance
Hoping to see the future
In your pictures of the distance
Hoping to see the future...

Spartan Posted by Hello
Ontem vi esse filme:
Spartan, novo trabalho de David Mamet, é mais um típico produto de seu fino atelier -que tem a vantagem de procurar ser também entretenimento. Os vôos da imaginação adestrada do diretor-roteirista propõem um jogo ao espectador que é pura diversão, do tipo mais refinado, que exige concentração, mas tem altas compensações no final da viagem.O protagonista é Scott (Val Kilmer), um duro oficial que trabalha em treinamento de pessoal no serviço secreto e também atende missões especiais. Neste momento, ele é convocado para uma empreitada especialíssima: descobrir o paradeiro de Laura Newton (Kristen Bell), filha maluquinha do presidente americano, que foi seqüestrada. Desde o começo, algo estranho parece estar acontecendo. Os próprios bastidores do serviço secreto, comandado por Burch (Ed O'Neill) e Stoddard (William H. Macy), não são exatamente um habitat muito saudável para ninguém, nem mesmo seus agentes.So, accompanied by a lone sidekick, Curtis (Derek Luke, de Pieces of April), he begins the investigation.
Um curiosidade: o ator Steven Culp - que é o marido da Desperate Housewife Bree - faz uma pequena participação no início do filme.

sábado, fevereiro 12, 2005

Love Steals Us From Loneliness
Idlewild
Every step takes a beat of your heart
Through a city that's falling apart
On a night that rises and clears
In a sky that's clouded by years
My anger is a form of madness
So I'd rather have hope than sadness
And you said something
You said something stupid like
Love steals us from loneliness
Happy birthday
Are you lonely yet?

I misplaced your face in the shape of a smile
On a night that could never surprise me
Don't tell me you're afraid of the past
It's only the future that didn't last
You're kidding yourself, kidding yourself
You're going nowhere and you're going there fast

And you said something
You said something stupid like
Love steals us from loneliness
Happy birthday
Are you lonely yet?

You said something
You said something stupid like
Love won't steal us from loneliness
Happy birthday