Mr. Smith vai a Washington
Li aqui: No minimo
25.03.2004 | Michael Newdow está perante a Suprema Corte dos EUA para mudar o juramento à bandeira que toda criança em escola pública faz: Eu juro lealdade à bandeira dos EUA e à república que ela representa, uma nação sob Deus, indivisível, com liberdade e justiça para todos. Newdow quer tirar a expressão "sob Deus".
Lá, a corte máxima analisa as questões constitucionais ouvindo argumentos, conversas não tanto legais e sim concentradas no cotidiano. Constitucionalmente, os EUA são um país laico onde o governo não pode adotar qualquer religião. O médico de San Francisco, Califórnia, explica que ele é ateu.
Aí a questão se complica: porque, separado da mulher, não acompanha mais a criação de sua filha. E a mulher é cristã renascida. Newdow explica que não se incomoda, que sua filha deve ter experiências religiosas as mais diversas, mas que o governo não deve se meter nisto. E que, ao fazer o juramento como é, ela está dizendo "meu pai está errado". Que isto divide o país.
Sofistica-se a história: o médico preferiu representar-se a si mesmo perante a Suprema Corte. Sem advogados. (Lá, pode.) E, perante os juízes máximos, foi surpreeendentemente bem onde advogados costumam falhar.
Num determinado momento, o presidente da Corte, William Renquist, perguntou a Newdow se ele sabia qual tinha sido a votação no Senado quando foi aprovado o texto do juramento. Ele respondeu que tinha sido unânime. "Não me parece uma questão que divida tanto assim, não é?" –, perguntou Renquist. "Nenhum ateu se elege neste país, meretíssimo", disse Newdow. O público que assistia aplaudiu.
A decisão dos supremes ainda demora.
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